A plataformização da produção cultural compreende os modos pelos quais extensões econômicas, infraestruturais e governamentais de plataformas digitais penetram as indústrias culturais (jornalismo, jogos, mídias sociais e entretenimento), assim como as formas de organização de práticas de trabalho, criatividade e cidadania que se organizam em torno dessas plataformas (Poell, Nieborg, Duffy, 2021). Na medida em que processos de dataficação, modelos de negócios e dinâmicas de mercados multilaterais, além das questões referentes a termos de serviço/diretrizes de comunidade e direitos autorais estão postos pelas plataformas a partir das quais esses produtos são gerados, observa-se a reconfiguração de processos de concepção desses produtos e seus formatos resultantes, num cenário de profunda dependência desses produtores em relação às plataformas nas quais esses produtos são desenvolvidos (Poell, Nieborg, 2018). Circulação e consumo desses produtos são práticas que estão implicadas nessa dinâmica de produção.
Este projeto tem por objetivo caracterizar a plataformização da produção cultural no Brasil a partir de 3 núcleos temáticos: produção de desinformação em plataformas digitais, produção de conteúdo (influenciadores digitais) e produção na indústria audiovisual, de games e de música. Transversalmente a esses núcleos temáticos, serão investigados três eixos: dinâmicas de consumo em plataformas digitais; violência de gênero em plataformas digitais e memória e temporalidades em plataformas digitais.
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